quarta-feira, 25 de novembro de 2009

INSCRIÇÕES PARA SELEÇÃO DE 35 SALAS DE CINEMA EM TODO O PARÁ JÁ ESTÃO ABERTAS


Já estão abertas as inscrições para o Edital “Cine Mais Cultura Pará”, uma parceria entre o Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), com o Ministério da Cultura, que possibilitará a criação de 35 salas de exibição em todo o Estado, distribuídas proporcionalmente entre as 12 Regiões de Integração, democratizando o acesso às políticas na área audiovisual.
O lançamento do programa aconteceu no dia 19 de Novembro de 2009, no Teatro Maria Sylvia Nunes (Estação das Docas. Depois da seleção dos pontos de cultura, esta é mais uma ação do Programa Mais Cultura, que foi criado para democratizar o acesso aos bens culturais por todos os brasileiros, em parceria entre o Pará e o Governo Federal. O edital pode ser acessado no site: www.secult.pa.gov.br
O Edital selecionará projetos de Organizações Culturais e Sociais, juridicamente constituídas, e disponibilizará equipamento audiovisual de projeção digital, obras brasileiras do catálogo da Programadora Brasil e oficina de capacitação cineclubista. A apresentação deve contar com a participação de produtores culturais, gestores, cinéfilos, cineclubistas, grupos e movimentos culturais.
O “Cine Mais Cultura Pará” terá investimento de R$ 525 mil – 66% recursos federais e 33% contrapartida do estado. Ação do Programa Mais Cultura, o Cine Mais Cultura visa promover o acesso da população a obras audiovisuais e apoiar a difusão da produção audiovisual brasileira por meio da exibição gratuita de filmes. A prioridade é atender localidades rurais e urbanas que não possuem salas de cinema, localizadas nos Territórios da Cidadania e nas periferias dos grandes centros urbanos.
As iniciativas selecionadas receberão kit com telão (4mx3m), aparelho de DVD player, projetor digital, mesa de som de quatro canais, quatro caixas de som, amplificador, dois microfones sem fio, dentre outros equipamentos. Também poderão escolher até 104 DVDs de obras brasileiras do catálogo da Programadora Brasil (filmes de ficção, documentário e animação em curta, média e longa metragens de todas as épocas, para todos os públicos). O acervo completo da Programadora Brasil reúne atualmente cerca de 500 obras organizadas em 154 programas (DVDs).
Edital – Podem concorrer ao edital entidades privadas sem fins lucrativos do Pará que desenvolvam ou queiram desenvolver ações de exibição de obras audiovisuais e contribuir para a formação de plateias e o fomento do pensamento crítico, tendo como principal base obras audiovisuais brasileiras.
As inscrições podem ser feitas de 19 de novembro de 2008 a 22 de janeiro de 2010 e entregues no protocolo geral da sede da Secretaria de Estado de Cultura do Pará ou endereçadas por meio dos serviços da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), via Sedex ou carta registrada, até o último dia de inscrição para “Edital Cine Mais Cultura Pará 2009”, Avenida Governador Magalhães Barata, 830, São Brás, CEP. 66063-240, Belém/Pará.
O edital estará disponível nas páginas eletrônicas do Programa Mais Cultura (http://mais.cultura.gov.br), da ação Cine Mais Cultura (www.cinemaiscultura.org.br), da Programadora Brasil (www.programadorabrasil.org.br), dos Territórios da Cidadania (www.territoriosdacidadania.gov.br), da Secretaria de Estado de Cultura do Pará (http://www.secult.pa.gov.br/) e do Governo do Estado do Pará (www.pa.gov.br). O resultado da seleção será divulgado no Diário Oficial da União, no Diário Oficial do Estado do Pará e nos respectivos sites acima. De acordo com o Anuário de Estatísticas Culturais 2009, a maioria das salas de cinema no Brasil encontram-se na Região Sudeste (1.244). Por sua vez, a Região Norte aparece em último com apenas 60 salas. Dessas, 20 estão no Estado do Pará.

INFORMAÇÕES: ZHUMAR DANTAS – 4009-8712 ou 4009-8746.


FONTE: Assessoria de Imprensa - SECULT

O POETA NÃO MORREU MESMO!


Sobre o boato que deu como morto o querido amigo, parceiraço e poeta RONALDO FRANCO no dia 24/11/2009.

POETA NÃO MORRE.
DEIXA UM AVISO:
- FUI À ESQUINA COMPRAR CIGARROS
E ACABA NOS ALPES OU EM COTIJUBA.

POETA NÃO SE ESQUECE:
A MORDIDA DAS PALAVRAS DELE
FICAM ENTRANHADAS NA CARNE DA MEMÓRIA.

POETA NÃO MORRE NUNCA:
SÃO DELE AS RETICÊNCIAS CAINDO
EM DIAS DE CHUVA NA PEDREIRA.

QUEM DIRIA O RONALDO FRANCO,
IMORTAL?
FEITO EU,
QUE NÃO TENHO ONDE CAIR MORTO!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

LOBO MAU, CHAPEUZINHO E A MÍDIA

Como seria a história de Chapeuzinho Vermelho na mídia atual:

1 – MÍDIA ELETRÔNICA:
JORNAL NACIONAL
(Willian Bonner): Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem..
(Fátima Bernardes):… mas a atuação de um valente caçador evitou uma tragédia!

CIDADE ALERTA
(Datena)… onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? A menina ia para a casa da avózinha a pé ! Não tem transporte público na mata…! E foi devorada viva. Põe na tela! Tem um “link” para a floresta, diretor?

HEBE CAMARGO
(Hebe Camargo): … que gracinha gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?’

2 – MÍDIA IMPRESSA – REVISTAS:
CLÁUDIA
Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.

NOVA
Dez maneiras de levar um lobo à loucura.

MARIE-CLAIRE
Na cama com o lobo.

ISTOÉ
Gravações ligam lobo a ex-assessor de Serra.

VEJA
O DIA DO CHACAL
- Desvendamos a identidade do lobo peludo
- A radiografia da matilha

CARAS
Chapeuzinho fala a CARAS:
“Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa”

PLAYBOY
Veja o que só o lobo viu!

G MAGAZINE
Lenhador mata o lobo e mostra o pau!

3 – MÍDIA IMPRESSA – JORNAIS:
O ESTADO DE S. PAULO
Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.

FOLHA DE S. PAULO
Gravações ligam lobo a ex-assessor de Humberto Costa

ESTADO DE MINAS
Chapeuzinho come o lobo enquanto o lenhador vai pra floresta com a vovó.

ZERO HORA
Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.

AGORA
Sangue e tragédia na casa da vovó.

4 – MÍDIA IMPRESSA – JORNAIS DO PARÁ:
O LIBERAL
Tragédia familiar no meio da floresta

AMAZÔNIA
Banho de sangue na casa da vovó

DIÁRIO DO PARÁ – DIÁRIO POLÍCIA:
Lobo tarado detona netinha e avó


P.S: ESTE TEXTO FOI LIDO PELO ESCRITOR E JORNALISTA FREI BETTO NO SEU BATE-PAPO COMIGO DURANTE A XIII FEIRA PAN-AMAZÔNICA DO LIVRO, EM 09/11/209. AS ALTERAÇÕES RELATIVAS À MÍDIA LOCAL VÃO POR MINHA CONTA E RISCO.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

NO CÉU, COM VEREQUETE E WALDEMAR



Os anjos devem ter sentido a falta de alguém com a dignidade, o gênio, a simplicidade e a musicalidade de Augusto Gomes Rodrigues lá por cima, no firmamento. “Chama o Verequete!”, alguém soprou da eternidade. Coincidiu que o mestre estava em sua sesta à espera de um verso que teimava em não aportar na sua morada, pegou carona na brisa e voou. O verso que ele ansiava era um como aqueles que fizeram-no – ainda em vida – um dos poetas populares mais criativos do Brasil:
Mandei fazer meu terreno
Bem na beirinha do mar
Mandei fazer meu terreno
Só pra mim brincar


Para alguns ele deixa saudades – mas que é esse sentimento quando a música o transfigura em beleza?
Não cante mulher alheia
vai mexer com marimbondo
pois quem canta leva peia
oi, quem mexe sai com o nariz redondo.


Mestre que aprendeu a transcrever da pauta da alma letras e sons que nunca ouvíramos e provavelmente jamais ouviremos de novo, sem nunca ter escrito algo ou lido uma página sequer.
Maçariquinho da beira da praia
como é que mulher roda a saia
é assim, é assim, é assim, o lê lê
é assim que mulher roda a saia,


Provavelmente, “lá em riba”, encontrará com outro genuíno criador musical, paraense como ele, erudito, mas ambos com igual genialidade e verve – Waldemar Henrique. Não é de se descartar que façam saraus por esses infinitos, ajudados pelo preto velho Bruno de Menezes, ao lado do caboclo marajoara Dalcídio Jurandir. Vamos sentir tua falta, Mestre Verequete; mas que é a saudade senão a ausência preenchida no peito com a delicadeza das memórias tecidas em forma de canções?
O carimbó não morreu,
está de volta outra vez,
o carimbó nunca morre,
quem canta o carimbó sou eu.


Alfredo Garcia-Bragança – Escritor